quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Morre o homem que mais fez por Queimadas: Saulo Ernesto.

Hoje Queimadas acordou sentindo falta de um dos seus filhos. Filho que muito lhe honrou. Partiu-se o homem, o político, o pai, o amigo, o desportista, ficaram-nos os exemplos. Exemplo de pessoa humana que dignamente conduziu os destinos do município de Queimadas, por duas vezes, em 1976 e em 2004. 
Saulo Ernesto deixa o exemplo de que para servir ao público faz necessário ter espírito público; ter espírito democrático, ouvir as múltiplas vozes, ser/estar, acima de tudo, republicano, agindo de forma respeitosa, sem encarar a arena política como o espaço dos "inimigos", entendendo que esta é o espaço das diversidades as quais tem todo o direito de expressarem as suas vontades, os seus anseios, os seus desejos. 
Queimadas, nesse sentido, perde o homem que mais fez por essa terra. O homem que construiu as maiores obras existentes no município. O velhinho trabalhador, como muitos, assim, respeitosamente, o denominavam,  que construiu desde as obras de saneamento ambiental até as obras de referência na saúde e no esporte do município, sem mencionar que foi Saulo Ernesto o idealizador do São João de Queimadas, da Renovação da Festa de Reis, do Festival da Fava, do Projeto Kiriris, da Banda Filarmônica,  da efetivação dos Agentes de Combate as Endemias e Agentes de Saúde, em geral; da valorização dos Profissionais da Educação; da implantação dos programas de ação social no município, a exemplo do PETI, PAIF, Agente Jovem; do estímulo ao pequeno agricultor com a implantação do Programa Compra Direta; do Distrito Industrial; da Maternidade (que destruíram); da Unidade Mista;  do Colégio Carlos Ernesto; do Estádio de Futebol; da Rodoviária (que destruíram); da Sociedade Esportiva Queimadense, do Plano Diretor, entre outras. 
Saulo deixa, enquanto homem público, além dessas referências materiais, o exemplo republicano de que as obras construídas pelos seus antecessores devem não só serem preservadas, mas também ampliadas, contrariando, assim, o costume e a cultura local, de muitos, que não deram historicamente continuidade às obras de seus antecessores. Queimadas perde um homem à frente do seu tempo, que agiu, muitas vezes, embora no passado, com práticas que devem nortear o nosso futuro, fundamentadas no espírito e na ética republicana.


José Marciano Monteiro
Professor da UFCG

Um comentário:

  1. CARO MARCIANO: suas palavras traçam o retrato fiel de quem foi Saulo Ernesto, um homem a frente do tempo e que pensava em Queimadas. Cheio de vícios, como os políticos de sua época, mas, FEZ!
    Queimadas perdeu um grande nome. Adeus Saulo!

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